sexta-feira, 1 de abril de 2011

transição na varanda

Numa varanda, com uma caixa de esferovite, obtida gratuitamente na peixaria do Pingo Doce. Depois de enchida com terra e composto orgânico doméstico, seguindo o exemplo da varanda do Miguel de "Paredes em transição", semeou-se no início de Janeiro e foi-se regando uma saqueta de "agriões" que vinham no kit (adquirido na livraria Bertrand - Braga) intitulado «primeiros passos na ciência» da science4you.pt.

Eis o resultado em finais de Março...


É claro que, pelo meio, está um sistema de rega gota-a-gota, com reservatório, alimentado a partir de uma caleira das chuvas... assim um "cientista" pode perfeitamente distrair-se de regar...
... um dia ou uma semana inteira! :-)


OK, ok - um resumo "técnico". O depósito encontra-se elevado para que a rega funcione por gravidade. Serve um depósito em PVC de tipo "caixote lixo jardim", custando 13,45€ (preços AKI). A água é obtida com uma pequena incisão (foto seguinte) na caleira de águas pluviais e, depois de passar pelas caixas e transbordar, regressa ao sistema pluvial. Apenas circula pela horta.
A tubagem usada é do sistema Geolia (micro-tubo de 4mm). Um rolo de 15m custa 5,95€ e basta para uma varanda. Além do tubo, adquirimos uma caixa de 10 "suportes micro.tubo" (1,95€), 10 derivações T para levar água às várias caixas (2,25€) e 10 "gotejadores standard" com débito médio de 2L/h (2,35€). O sistema no seu conjunto fica bastante económico. Se a chuva é muita, convém limitar o caudal geral, o que se consegue dobrando mais ou menos o tubo de saída do reservatório, algures antes da primeira derivação.

Último detalhe: a admissão de água ao reservatório faz-se por cima ou por um orifício lateral largo a uns 80% da altura do depósito. Isto permite escoar facilmente o excesso de água e assim limitamos o peso máximo do reservatório, que carrega a estrutura. A ligação do tubo de saída para as caixas pode fazer-se a cerca de 10% da altura - assim se garante um peso mínimo, para que o vento não desestabilize o conjunto. Além disso, convém amarrar bem o depósito e toda a estrutura - os elementos entre si e o conjunto a algum ponto fixo numa parede. O orifício de admissão do tubo deve ser calafetado com silicone ou cola à prova de água, pois do lado de dentro estará normalmente submerso.

Enfim, se é certo que este sistema aproveita as águas das chuvas no tempo primaveril, não é menos verdade que, já no tempo seco, pode ser alimentado a balde (não debalde...) com água aproveitada da casa (da cozinha, água fria do duche antes de vir quente, etc...)

...Um último pormenor: este post foi completado no dia 1 de Abril.
A conclusão a tirar é esta: ou «não faça isto em casa» ou... «do it at your own risk»!
Como qualquer exercício de bricolage doméstica, este é o tipo de "engenhocas" que por má execução ou deficiente concepção pode facilmente correr mal. Em caso de dúvida, peça apoio técnico. Em qualquer caso minimize o risco, adoptando procedimentos seguros e escolhendo materiais de boa qualidade, especialmente no que diz respeito ao depósito e à estrutura de suporte.
A melhor solução, evitando a necessidade da estrutura de suporte, seria mesmo colocar o depósito na varanda de cima se o vizinho deixar... [ os "manueis" da transição não dizem algo sobre... reach out for your neighborhood? :-) ]

1 comentário:

  1. Excelente, Luís, tens que me vir dar uma mãozinha, que o meu sistema ainda é um pouco rudimentar!

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