A reunião em Gualtar realizou-se hoje, conforme previsto, e correu bastante bem - penso eu. Foi possível fazer contacto pessoal - tão importante para a consolidação do grupo de trabalho - e cada participante pôde manifestar as suas expectativas e dúvidas em relação ao projecto. A multidisciplinaridade é uma clara mais-valia - ali estiveram representadas a matemática, a educação, a economia, a medicina e as engenharias. Analisou-se a natural articulação com outras iniciativas em curso, designadamente com a questão da redução dos desperdícios alimentares (discutido no último "Prós e Contras"), com os estudos sobre o impacto da pressão sobre alunos (p.ex. de medicina), com as energias renováveis, com a experiência de "hortas pedagógicas" na nossa região e iniciativas internacionais (via Transition network). Também foi bem acolhida a ideia de ir concebendo um projecto de investigação transversal e integrador, que encare as hortas pedagógicas na UM em transição como o seu laboratório experimental, no qual todos possamos estudar o nosso próprio caso segundo as perspectivas de cada área ou conjuntamente. Um tal projecto tem ainda o mérito potencial de poder vir ajudar a suportar eventuais despesas de funcionamento, desonerando a reitoria de quaisquer encargos - como expressamente referimos na carta já enviada, na qual pedimos as primeiras áreas de cultivo.
Julgo reproduzir fielmente o espírito da reunião ao dizer que UMinhoInTransition se propõe ser uma iniciativa aberta (a ex-alunos, a simples vizinhos da U.M., etc), inclusiva e plural, permitindo a coabitação de diferentes modelos de gestão dos talhões (individuais / comunitários, +egoísta/+altruísta), preocupada com a disseminação de práticas agrícolas sustentáveis (compostagem, agricultura biológica, etc), factor de estabilização emocional (anti-burnout), de melhoramento da componente hortícula das nossas dietas, solidária com as redes de apoio a estudantes e famílias em dificuldades neste tempo de grave crise economico-social, agente activo do movimento global de transição para uma economia menos dependente dos combustíveis fósseis, com comunidades locais mais resilientes e felizes.
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Entretanto recebi resposta da Rede-de-Transição(UK) e parece que o mundo universitário começa a despertar para isto. A causa está a ganhar "dignidade" e atenção, tornando-se cada vez mais difícil confundir-nos com simples(?) "hortelões universitários" com muito tempo e pouco que fazer... Talvez não seja exagero afirmar que, num horizonte de 10-20 anos, poucas linhas de investigação universitária serão tão determinantes para "o nosso futuro comum" como esta que aqui dá os primeiros passos. Conviria irmos seguindo e trocando impressões entre nós sobre programas europeus como este de que recentemente soubemos:«Alterações climáticas: Comissão Europeia lança importante programa de investimento em tecnologias hipocarbónicas inovadoras», http://www.ner300.com/...
Sugiro algumas ligações para irmos acompanhando colectivamente a fervura que se vai levantando:
http://peopleandplanet.org/
http://www.transitionnetwork.org/support/researchers
http://www.crisis-forum.org.uk/events/transition2011/transitionhome.php
http://www.crisis-forum.org.uk/events/transition2011/transitionhome.php
Reitero o interesse em que se inscrevam na TransitionNetwork pois só assim poderei delegar papeis em outros actores, como é desejável que aconteça.
Peço, pois que se inscrevam no sítio, e me comuniquem os vossos IDs para acrescentar ao "core team" e distribuirmos pelouros:
http://www.transitionnetwork.org/
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Só mais dois assuntos que levava em mente para a reunião mas esqueci-me, afinal, de abordar:
i) há anos lancei na U.M. e região envolvente uma iniciativa Kyoto&Eu para a partilha de automóveis, a qual veio a ter sucedâneos (indirectos) no deboleia.com e Galpshare (http://www.energiapositiva.pt/). Uma das vertentes da transição prende-se com "transportes" - falámos do marítimo mas não do automóvel: se lhes parecer bem, talvez o kyoto&eu possa ser um ponto de partida válido.
ii) está em marcha um movimento de candidatura presidencial propondo o meu nome, o que poderá constituir uma oportunidade de conferir visibilidade a multiplos projectos em que estou envolvido; tendo presente o interesse na "disseminação de resultados" da nossa experiência, se alguém quiser voluntariamente subscrever e ajudar a divulgar esta candidatura, desde já agradeço. Clique aqui p.f. para aceder à folha de recolha de assinaturas.
Saudações académicas transitivas,
Luís Botelho
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